Para refletir...

“Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus". (William Temple)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Imagem não é nada, sede é tudo!

Uma imagem vale mais do que mil palavras? Não sei. Depende. Mas uma coisa é certa: estamos na era das imagens! Essa nova era tem duas características próprias: a aparência e a ilusão.

Em primeiro lugar, a era das imagens é uma era de aparências. Houve algum tempo em que as pessoas eram valorizadas pelo que eram. Houve um tempo em que as pessoas eram valorizadas pelo que tinham. Não sei se ainda resta algo desses tempos. Só sei que hoje, de maneira geral, mais do que ser, mais do que ter, as pessoas se preocupam em parecer. Não importa se o tênis é falso, está escrito Nike nele. Não importa se a TV é do Paraguai. Não importa se o CD é pirata. Não importa se o sutiã é de enchimento. Não importa o que eu verdadeiramente sou ou tenho. O importante é o que eu pareço ter ou ser. Vaidade, vaidade, tudo é vaidade!
Em segundo lugar, a era das imagens é uma era de venda de ilusões. Não sou publicitária e nem especialista em Marketing. No entanto, basta refletir um pouco sobre as propagandas que nos bombardeiam todos os dias para percebermos que, de modo geral, não se vende um produto, mas uma ilusão, um desejo, um sonho. Vejamos alguns exemplos. O que o convite “venha para o mundo de Malboro” tem a ver com nicotina? Não se está vendendo cigarro, está se vendendo liberdade. “Amo muito tudo isso” não tem nada a ver com propaganda de pão, carne, alface e tomate. Não se está vendendo lanche, mas aceitação, valorização. E o que dizer da Nike, com seu lema “Escreva o futuro”? O que futuro tem a ver com tênis? Maria de Fátima Severiano, em seu livro “Narcisismo e Publicidade”, adverte: Um consenso se estabelece no que diz respeito ao que não é o objeto da publicidade: não se vende o ‘produto em si’, tampouco as ‘qualidades intrínsecas’ do produto. Vende-se tudo, menos o produto. Vendem-se imagens, marcas, valores, arquétipos, magia, símbolos, arte, desejos, códigos culturais, emoções, diferença, estilo, etc. Ou seja, não se vende o que, de fato, se quer vender”. Vaidade, vaidade, tudo é vaidade!
Na verdade, essa era pós-moderna de imagens, não é verdadeiramente uma era de imagens, mas uma era de sede: sede de liberdade, sede de ser amado, sede de ser compreendido, sede de ser valorizado, sede, sede, sede... Comprar um tênis Nike para saciar o seu desejo por esperança e sucesso no futuro é tão útil quanto beber um café bem quente e doce num dia de verão achando que com isso vai matar a sua sede. Somente água mata a sede! Somente Jesus, a Água Viva, é capaz de matar a nossa sede espiritual. Disse Jesus: Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4.14).
Nesses tempos pós-modernos, nessa era de aparências e de ilusões, a minha luta como cristã é pela autenticidade, pela coerência, pela profundidade, por uma vida sem cera. Mas, admitindo que posso vacilar, faço humildemente a Deus essa oração: Ó Deus, nesse tempo tão difícil, se for para eu ser parecida, que eu seja semelhante a Jesus; se for para eu ter algo, que seja a certeza e a alegria da Tua salvação; e se eu tiver que viver com imagens na minha cabeça, que sejam duas: a cruz do Teu Filho e o túmulo vazio. Amém.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

É URGENTE A PARADA GAY!!

Como são muitos os assuntos a serem abordados dentro do tema “é urgente a parada gay”, escreverei por tópicos, para facilitar a leitura.

 

 

1- Digo SIM à liberdade de expressão!

 

Não se escandalize: sou tão a favor da realização da parada gay quanto sou a favor da marcha para Jesus ou da marcha para liberalização da maconha!!! A única diferença é que eu só empresto o meu corpo e a minha voz para a segunda.

 

A liberdade de expressão é um pilar fundamental do Estado Democrático de Direito e envolve, pelo menos, duas dimensões: uma individual e outra social. A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) já assinalou, em diversos julgados, o campo de atuação dessas duas dimensões.

 

Assim, sobre a primeira dimensão, a individual, a liberdade de expressão não se esgota no reconhecimento teórico do direito de falar ou escrever, mas compreende, além disso, inseparavelmente, o direito de utilizar qualquer meio apropriado para difundir o pensamento e fazê-lo chegar ao maior número de destinatários.

 

Com respeito a sua segunda dimensão, a social, é importante assinalar que a liberdade de expressão é um meio para o intercâmbio de ideias e informações entre as pessoas;  como muito bem expôs a CIDH,  compreende seu direito a comunicar a outras pessoas o seu ponto de vista, mas, implica também o direito de todos de conhecer opiniões, relatos e notícias.

 

Democracia é debate. Não há debate sem liberdade. A divergência de pensamentos é uma ótima oportunidade para amadurecer. Adoro conversar com pessoas que pensem diferente de mim. Discordo daquele papo-furado de que “política, religião e futebol não se discutem”. Só não discute (no sentido benéfico da palavra) quem não está preparado para responder com consistência a razão da sua fé. Só impede o debate aquele que não tem argumentos, que não está seguro de suas convicções. Aí, nesse caso, a única opção é a fuga, quase sempre indicativa de covardia. Mas, tudo bem, você também é livre para isso.

 

Vale ressaltar, no entanto, e isso precisa ficar bem claro para todos, que não existem direitos absolutos. A liberdade de expressão não é uma carta em branco. Nenhum direito é. A liberdade de expressão não me dá o direito a xingar e ofender o meu semelhante. A liberdade de expressão não me dá o direito de gritar de brincadeira “fogo” numa sala lotada de cinema e com isso causar graves acidentes. A liberdade de expressão não me dá o direito de fazer apologia ao crime. A liberdade de expressão não me dá o direito de passar por cima da dignidade da pessoa humana.

 

Termino esse tópico destacando uma frase de Voltaire que gosto muito e, no meu caso, se ajusta perfeitamente à minha primeira conclusão quanto à 15ª Parada LGBT: “Posso não concordar com nenhuma de suas palavras, mas defenderei até à morte o seu direito de dizê-las”.

 

 

2 – Digo SIM à liberdade religiosa!

 

O direito à liberdade religiosa é composto de uma série de outros direitos: liberdade de culto (reunião), liberdade de manifestação do pensamento, liberdade de consciência, liberdade para expressar suas ideias e convicções etc. A liberdade de expressão está embutida também na liberdade religiosa. Não há como defender a liberdade de expressão e não defender a liberdade religiosa. Por isso, também digo SIM à liberdade de expressão religiosa!

 

Você é livre para dizer que a minha fé é burra. Eu sou livre para dizer que, de acordo com as minhas convicções, você pode ir para o inferno. Você é livre para dizer que Deus não existe ou que Deus não é bom. Eu sou livre para dizer que você está redondamente enganado. Você é livre para dizer que meu comportamento é antiquado, repulsivo, incompatível com a sua concepção de vida. Eu sou livre para dizer que o seu comportamento é antibíblico. Isso é democracia.

 

De que adianta defender teoricamente a liberdade religiosa e impedir a manifestação do pensamento religioso? De que adianta dizer-se a favor da liberdade de expressão e lutar por suprimir a liberdade de expressão religiosa? Como bem afirma Belcorígenes Sampaio Júnior, “o natural é que o exercício autêntico da religião, como o exercício de tantas outras coisas na vida, contenha e abranja discursos e ações”.

 

Digo SIM à liberdade de expressão religiosa! Digo NÃO à censura! Digo SIM à democracia! Digo NÃO ao império do “falso discurso homofóbico”! Digo NÃO à intolerância!

 

 

3 – Digo NÃO à intolerância!

 

TOLERÂNCIA = s.f. Qualidade de tolerante; indulgência; condescendência.

TOLERANTE = adj. Que tolera; que desculpa; indulgente; que admite e respeita opiniões contrárias à sua.

 

Tenho alguns amigos gays. Eles freqüentam a minha casa. Eles sabem que discordo da prática homossexual. Eu sei que eles discordam das minhas convicções bíblicas. E daí? Somos amigos!!!!

 

Posso ser considerada intolerante simplesmente por afirmar publicamente as minhas convicções políticas, ideológicas, sexuais ou religiosas? Posso ser considerada “homofóbica” simplesmente por discordar de ideias a respeito da constituição da família? Sou “homofóbica” por agir de acordo com a minha convicção contrária ao comportamento homossexual? Sou “homofóbica” por pregar que homossexualismo é pecado? É óbvio que NÃO!!!!!!!!!!

 

Vou dizer o que é intolerância.

 

Intolerância é agredir homossexuais. Intolerância é querer retirar a Bíblia de circulação e considerá-la um livro “homofóbico” porque prega contra a prática homossexual. Intolerância é querer impedir a realização da parada gay ou da marcha para Jesus. Intolerância é querer impedir a liberdade de expressão religiosa. Intolerância é querer colocar na cadeia qualquer pessoa que se manifeste contrariamente ao homossexualismo. Intolerância é não admitir e respeitar opiniões contrárias à sua!!!! Por isso digo NÃO à PL 122: um dos mais perversos e intolerantes projetos já formulados (talvez possa analisá-lo pontualmente num outro artigo). Esse falso discurso contra a homofobia na verdade está escondendo um discurso “heterofóbico”!

 

 

4 – Digo SIM à liberdade de me manifestar contra a prática homossexual

 

Por que devo ser impedida de me manifestar contra o homossexualismo? Não tem sentido! Por que fazer apologia à mordaça? Guardada às devidas proporções, sou livre para me manifestar contra a prática homossexual do mesmo modo que você é livre para se manifestar contra a prática do celibato; do mesmo modo que somos livres para nos manifestarmos contra a violência, contra o adultério, contra a pornografia ou contra a música sacra.

 

Homossexualismo, celibato e adultério, por exemplo, são práticas comportamentais. Não podemos ser restringidos no direito de manifestar nossa opinião com relação a qualquer comportamento que seja.

 

Deus criou homem e criou mulher. A Bíblia diz claramente, em diversos versículos, que homossexualismo é pecado (Rm 1.24-28; Lv 18.22, Gn 19, 1 Coríntios 6.9-10 etc).

 

Muitos argumentam que o homossexualismo é genético, mas não há nenhuma comprovação científica sobre isso. Existem estudos avulsos que pretendem demonstrar certa tendência genética para o homossexualismo, mas é só isso. Nada está comprovado. Talvez você me questione: E se, num futuro próximo, ficar “comprovado cientificamente” que em alguns casos específicos, a tendência homossexual pode ser genética? Não importa, isso não invalida em nada o argumento aqui apresentado. Explico.

 

Existem diversos estudos que indicam uma tendência genética em algumas pessoas para o alcoolismo, para a violência, para a perversão sexual, para a música, para a pintura etc. Temos um monte de tendências genéticas para coisas boas e para coisas ruins. Talvez você ache que é ruim o que eu acho que é bom e vice-versa.

 

Não é porque eu tenho uma tendência para o alcoolismo, por exemplo, que eu vou passar a argumentar a favor do álcool. Não é porque eu tenho uma tendência genética para o celibato, por exemplo, que eu vou ter que impedir as pessoas de se manifestarem contra o celibato.

 

Assim, é preciso diferenciar a tendência homossexual da prática homossexual. A natureza humana pecaminosa é má. O pecado atingiu a todos, ninguém ficou imune. Como bem argumenta Willian Lane Craig, filósofo americano: “A Bíblia não condena uma pessoa que tenha tendência homossexual. O que ela condena é a prática homossexual. Assim, é plenamente possível uma pessoa lutar contra sua tendência homossexual e ser nascido novo, um cristão cheio do Espírito”. Assim, é repulsivo ver a atitude de alguns cristãos que sempre associam homossexualismo a demônio. Basta de hipocrisia. Se pudéssemos jogar as pessoas no inferno por suas tendências, ninguém escaparia dele. Estamos todos no mesmo barco. Mas, graças a Deus por Jesus Cristo, que derramou o seu sangue, venceu a cruz e nos deu a possibilidade de vencer o pecado!

 

 

4 - Digo NÃO ao desrespeito!

 

Não sou católica. Mas...

 

... foi um desrespeito aquele episódio que passou na televisão do bispo chutando a santa!

 

... foi um desrespeito distribuir cartazes por todo o trajeto da parada gay, com 12 modelos masculinos, representando ícones como São Sebastião e São João Batista, aparecendo seminus ao lado das mensagens: "Nem Santo Te Protege" e "Use Camisinha"!

 

Foi um desrespeito para não dizer que foi ultrajante, leviano, provocativo, pretensioso, cruel e ignorante.

 

Minhas convicções devem se bastar por elas mesmas. Eu não preciso provar que você está errado. Eu só preciso demonstrar que estou certo. Existe uma sutil diferença. Acontece que hoje em dia as pessoas estão mais dispostas a ofender o outro, a fé do outro, a ridicularizar a crença do outro, a fazer piadas com as convicções do outro, ao invés de construir o seu discurso nas bases de suas próprias crenças. Talvez isso aconteça pela fragilidade das convicções defendidas. Talvez isso aconteça pela incompetência argumentativa daquele que pretende defender uma ideia. Talvez seja só ignorância. Talvez seja burrice mesmo.

 

 

5 – Um desabafo: Digo NÃO à manipulação das Sagradas Escrituras!

 

Exercendo o meu direito à liberdade de expressão, grito: Digo NÃO à manipulação das Sagradas Escrituras!

 

Não é porque você comprou uma Bíblia, que você pode manipulá-la ao seu bel prazer!

 

Estou cansada de ver nos carros, na entrada das portas, nas janelas, nos cadernos, o versículo bíblico “tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Estou cansada de ver as pessoas usando esse trecho bíblico como amuleto, desculpa para argumentar a favor de suas necessidades, sempre medíocres e egoístas.  “Vou comprar um carro porque tudo posso naquele que me fortalece!” “Vou passar no vestibular porque tudo posso naquele que me fortalece” “Vou ter minha casa própria porque tudo posso naquele que me fortalece!” BASTA!!!!!!!!!!!!!!!!!! É preciso deixar de ser menino e crescer!!! Quando o apóstolo Paulo escreveu esta epístola aos filipenses, ele estava na cadeia! Já havia sido torturado, apedrejado, já havia passado fome e agora estava encarcerado por causa da sua fé! Paulo já havia passado por muitas aflições e agora estava escrevendo, de acordo com uma tradução melhor do grego, “posso aguentar todas as coisas naquele que está me fortalecendo”. É esse o contexto! Essa é a fala de alguém que está disposto a morrer por Cristo. E aí? Você está realmente pronto para dizer isso?

 

Até agora, achava que essa frase de Filipenses 4.13 era a mais usada fora do contexto bíblico. Mas, a parada gay conseguiu superar a deturpação do “posso todas as coisas naquele que me fortalece” quando utilizou como lema da 15ª parada LGBT o tema “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia”!!!! Principalmente quando analisamos todas as incongruências que grande parte do movimento LGBT insere na categoria de homofobia!

 

Eugene Peterson adverte com sabedoria: “Eu posso adquirir uma Bíblia encapada de couro, pagar R$100,00 por aquele exemplar, mas não sou dono da Palavra de Deus para fazer o que quero dela; Deus é soberano. A Palavra de Deus não me pertence”.

 

Você sabia que existe atualmente nos EUA mais de mil movimentos de ativismo pedófilo? Que fique bem claro, não estou dizendo que homossexualismo e pedofilia são a mesma coisa. Só quero nesse momento constatar o fato de que uma breve pesquisa acerca do ativismo pedófilo revelou que as pessoas que compartilham o “amor” por jovens ou crianças (os chamados childlovers) estão se reunindo e começam a exigir que a sociedade reconheça o tipo de relação proposto e vislumbram a proteção legal como parte da trajetória de aceitação. São inúmeros os sites defendendo essa postura. São gigantescas as doações conseguidas para essas manifestações. São incontáveis os depoimentos a favor do “amor livre”. Seguindo a lógica do tema da última parada gay, os ativistas pedófilos também poderiam utilizar como slogan para suas reivindicações o lema “amai-vos uns aos outros”!!! Que tal? Isso é ridículo, é uma piada!!

 

“Amai-vos uns aos outros” é uma das frases mais profundas da Bíblia. Não tem nada a ver com casamento heterossexual e muito menos com união homossexual!! Aliás, amor, na perspectiva bíblica, não tem nada a ver com sentimento. Amar é mandamento, é escolha. Se assim não fosse, jamais conseguiríamos obedecer à ordem de Jesus de amar os nossos inimigos. O tema é amplo, denso e impossível de ser analisado em um parágrafo. Por ora, basta dizer que amor não é simplesmente uma resposta do meu coração a alguém. É muito mais do que isso. Deus é Amor. Amor é, antes de tudo, a presença de Deus em mim, capacitando-me a transbordar de Sua essência no outro, seja ele quem for. Sem Deus, o amor não é possível. Primeiro, conheça a Deus, depois argumente sobre o amor.

 

Termino esse artigo afirmando: É urgente a parada dessa argumentação homofóbica falsa e intolerante que quer fazer reinar o império homossexual. Vamos parar com isso! Nesse sentido, é urgente a parada gay!