Para refletir...

“Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus". (William Temple)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

E se Jesus tivesse vindo nos dias de hoje?

Que frases e exemplos Jesus usaria se tivesse vindo nos dias de hoje? Uma das coisas que sempre admirei em Jesus enquanto esteve aqui na terra foi a sua capacidade de traduzir de forma acessível a Sua mensagem. Ele não complicava as coisas. Ele não tinha prazer em falar difícil para “posar de culto”.  Às vezes Ele não era compreendido, mas isso não tinha a ver com incompetência argumentativa dEle.

Uma das marcas do ministério de Jesus foi falar por parábolas, por exemplo. Essa estratégia fazia com que o humilde entendesse a mensagem imediatamente ou voltasse trazendo perguntas. Os mistérios do reino dos céus, na maioria das vezes, atraíam e informavam os humildes, mas também afastavam e confundiam os orgulhosos (Mt 13.10-17). Outra estratégia de Jesus era mergulhar no contexto do dia-a-dia das pessoas e aplicar a Sua mensagem de uma forma ímpar. Ele disse para dois homens que lançavam as redes ao mar: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”!  Por isso, é tão importante ler os Evangelhos (e a Bíblia toda) entendendo o contexto das pessoas envolvidas: sua maneira de pensar, sua cultura, seus costumes, seu conhecimento. Se você não faz isso, fica difícil compreender com plenitude, por exemplo, o que Jesus queria dizer quando afirmou que “não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire” ou quando contou, por exemplo, a parábola da dracma perdida. Confesso que quando li pela primeira vez esse texto, tive primeiro de buscar no dicionário o significado de dracma.

Pensando sobre essas coisas fiquei imaginando as frases e os exemplos que Jesus usaria hoje em dia para traduzir a sua mensagem. Já adianto que nasci no início da década de 80, o que justifica alguns dos devaneios a seguir.

Quando criança e adolescente eu e meu irmão completamos muitos álbuns de figurinha. Tivemos o álbum “Animais de todo o mundo”, “Amar é”, do “Campeonato Brasileiro”, da “Copa do Mundo” e muitos outros. Era comum o bafo (bater figurinha no intervalo da escola) e também a troca de figurinhas. Sempre existiam aquelas que eram as mais difíceis. Quando achávamos alguém que tinha uma figurinha “difícil” (do Zico, por exemplo) nós a trocávamos por 10 ou 20 figurinhas. Mas, o mais interessante era quando faltava apenas uma para completar o álbum. Não adiantava ter um bolinho com 200 figurinhas repetidas. Nós íamos em busca daquela que faltava. Quando encontrávamos alguém que tinha a última figurinha para completar o nosso álbum, rapidamente dizíamos: “Eu te dou meu bolo todo de 200 figurinhas repetidas que tenho por essa única que você tem que falta no meu álbum!” A parábola do tesouro escondido ou da pérola de grande valor soa para mim como a parábola da última figurinha do álbum. Nada se comparava a alegria de ter um álbum completo!

Quando criança, houve uma fase em que minha prima era muito magrinha e foi aí que ela começou a tomar “Biotônico Fontoura”. A propaganda dizia que o Biotônico dava uma fome de leão! Rapidamente a experiência se espalhou como febre nas crianças da família. Era só tomar diariamente uma colher de Biotônico, 30 minutos antes do almoço, e o “prato de pedreiro” podia ser colocado à mesa. Crianças magricelas, enfraquecidas e sem apetite, em poucos dias, passavam a se alimentar bem e ter um crescimento exponencial. Fala sério! Para mim, a parábola do fermento faz pouco sentido, prefiro traduzi-la como a parábola do Biotônico Fontoura!

Se Jesus tivesse vindo nos dias de hoje, talvez ele fosse amigo daqueles que antes faziam parte do rol de membros da cracolândia. Talvez Ele mandasse algumas pessoas doarem seus 200 pares de calçados para então entrarem no reino dos céus. Certamente Ele te mandaria devolver a caneta que pegou no escritório. Talvez Ele pregasse um sermão com base na atual novela das oito (“Insensato coração”). Talvez Ele multiplicasse coca-cola no casamento de alguém. Como bem disse um amigo meu em sua poesia, Ele também estaria cercado de gente: “Pobres, doentes, mendigos, melindrosos, índios, negros, mulheres, crianças, depressivos, bipolares, workaholics, empreiteiros de obra pública, gays, desempregados, e muito mais” (Pr. Carlos Magalhães). Talvez Ele questionasse por que muitas vezes ganhamos o mundo inteiro de amigos na internet e não falamos com o nosso irmão que divide conosco a beliche! Acho que talvez Ele falasse sobre Orkut, hackers, “imagem & ação”, “jogo da vida”, facebook, família dinossauro, o exterminador do futuro, caverna do dragão, sei lá.

Só sei de uma coisa: Ele jantaria com pecadores e seria repreendido pelos religiosos! Ele mandaria dar a outra face! Ele falaria da necessidade de amar os inimigos! A essência de Sua mensagem não mudaria! Se Jesus tivesse vindo nos dias de hoje, o seu maior legado certamente também seria o exemplo. É por isso que Seus ensinamentos atravessam gerações. Jesus também continuaria proclamando em alta voz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”! O resto é secundário.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

2 pérolas de Daniel (1 ano e 10 meses)

Pérola nº 01: Saindo do apartamento do Tio Ericson...

Eu - "Filho, vai lá com o tio Ericson chamar o elevador"
Daniel (saiu correndo e gritando)- "Elevadooooooooooooooor"


Pérola nº 02: Despedindo da vovó...

Eu - "Filho, dá tchau pra vovó"
Daniel (bem baixinho) - "Tchau, vovó"
Eu - "Filho, fala alto"
Daniel - "Alto"

haushuahsuahsuhaushaushuahsa...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A maionese, as pessoas e o meu abridor de latas

Hoje fui fazer uma maionese. Não faço se não tiver milho. Se tiver milho e ervilha, melhor. Abri o armário e procurei as latinhas. Como encontrei, resolvi arregaçar as mangas. Cozinhei a cenoura, a batata. Abri a gaveta e peguei o abridor de latas. Foi aí que o meu desespero começou.

O meu abridor é daqueles antigos, cinza, meio enferrujado e cego de tanto usar. Fiz a maior força e nada de conseguir dar o primeiro passo. Tenta daqui, tenta dali e nada. Se a batata e a cenoura já não estivessem cozidas, eu tinha desistido da maionese. Estava com os dedos doendo. Lembrei que há muitos anos minha avó se cortou feio com a faca. Então pensei: acho que vou acabar me cortando feio com esse abridor. Eu já estava ficando realmente irritada com aquilo e comecei a pensar: Por que ainda se fazem abridores de lata? Por que ainda se fabricam latas que precisam de abridor? Por que todas as latas já não são como as latinhas de refrigerantes, com aquelas tampinhas fáceis de abrir? Ou, melhor ainda: num mundo de tanta tecnologia, por que as latas não são feitas com um simples botão para abri-las? Tudo está tão evoluído e eu estou aqui me acabando com esse abridor de latas arcaico, do tempo da pedra lascada! Foi aí que parei. Peguei uma faca, um socador e furei a lata. O ar comprimido saiu e então eu pude facilmente usar meu abridor de latas. Passada a experiência com a maionese, pensei nas pessoas.

Existem aquelas pessoas que estão sempre melhorando, se aperfeiçoando e com isso se tornam também pessoas bem fáceis de se conviver. São práticas e você não precisa de muito esforço para gostar delas e se dar bem com elas. Elas se tratam, perdoam, não guardam mágoas, estão sempre dispostas a aprender. Crescem e se aperfeiçoam a cada dia. São como as latinhas fechadas a vapor ou como aquelas tampinhas fáceis de abrir.

Ah, mas existem pessoas que são como o meu abridor de latas. Pessoas que se recusam a evoluir, a crescer. Ficam na largada enquanto todos já estão chegando ao final da corrida. Estão cheias de marcas, enferrujadas, cegas. São pessoas difíceis de se conviver e muitas vezes nos perguntamos por que ficaram desse jeito. Talvez tenham sido usadas demais. Talvez tenham vivido num tempo ou numa casa que desconhecia facilidades. Se tornaram, portanto, extremamente rígidas. E nós reclamamos de pessoas assim. Não gostamos que elas estejam conosco. Às vezes achamos que são dispensáveis.

O fato é que, fáceis ou difíceis, simples ou arcaicas, novas ou enferrujadas, não podemos desistir das pessoas! A verdade é que todos nós precisamos e dependemos uns dos outros nesse mundo tão diversificado quanto uma boa maionese!

Deus abençoe a todos.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

5 sentidos...

Visão: Eu olho pro mundo e vejo que o verde virou concreto, os animais roupa de grife, que o planeta está mais quente e os corações mais frios; vejo que as minhas brincadeiras de infância não têm a menor graça para as crianças de hoje; vejo que a guerra não vale a pena e é uma pena que muitos não estejam nem aí pra isso; vejo que ser analfabeto não significa ser ignorante e que você pode ser culto sem ser sábio; vejo que um sorriso pode falar mais que mil palavras e que um abraço bem apertado não tem preço; vejo que a vida é feita de escolhas; vejo que quem lê sabe muito, mas não sabe tudo; vejo que o dinheiro compra muitas coisas, mas as essenciais vêm de graça; vejo que a dúvida nos faz pensar e que a certeza nos faz caminhar; vejo que muitos não vêem esperança!

Audição: Eu também ouço gritos de intolerância, gritos silenciosos de dor; ouço palavras que jamais deveriam ser pensadas, muito menos ditas; ouço piadas, contos e histórias de amor que fariam muito sucesso no cinema; ouço menos do que gostaria sobre perdão e mais do que deveria sobre confusão; ouço sobre tiroteios, rebeliões, tráfico e violência – notícias comuns, que mundo é esse?; ouço as mil palavras que um olhar amigo e um sorriso sincero querem dizer; ouço a voz de muitas crianças, o que me faz acreditar que o amanhã pode ser melhor; ouço o meu coração às vezes, porque ouvir sempre é tolice; ouço os erros alheios para que não caminhe por eles; ouço que muitos não têm esperança!

Paladar: Eu também gosto do gosto da fala; eu falo muito alto: surdez ou ânsia de ser ouvida?; eu sussurro, converso, grito e canto no chuveiro, como todo mundo; eu questiono aqueles que agem por imitação; eu pergunto: por que muitos não têm esperança?

Olfato: Eu sinto cheiro de fome no ar e isso é horrível; cheiro de indiferença, cheiro de quem acha que o problema do outro é só do outro; cheiro de sangue inocente, cheiro de quem está vivo mas já morreu; cheiro de corrupção; cheiro de quem não sente mais esperança!

Tato: Percebo que minhas mãos podem fazer mais: mais carinhos, mais afago, mais abraço: o mundo precisa de muito mais!!; percebo que poucas são as mãos disponíveis; que muitas são as mãos necessitadas; percebo que você pode tocar sem encostar; sabia que podemos falar muito simplesmente com toque?; percebo também que carinho e afago devem ser concedidos sempre; que podemos dar tapa sem mão; que mãos podem ofender; que uma mão estendida traz esperança!

Esperança! Esperança! Quero cumprir a parte que depende de mim!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Imagem não é nada, sede é tudo!

Uma imagem vale mais do que mil palavras? Não sei. Depende. Mas uma coisa é certa: estamos na era das imagens! Essa nova era tem duas características próprias: a aparência e a ilusão.

Em primeiro lugar, a era das imagens é uma era de aparências. Houve algum tempo em que as pessoas eram valorizadas pelo que eram. Houve um tempo em que as pessoas eram valorizadas pelo que tinham. Não sei se ainda resta algo desses tempos. Só sei que hoje, de maneira geral, mais do que ser, mais do que ter, as pessoas se preocupam em parecer. Não importa se o tênis é falso, está escrito Nike nele. Não importa se a TV é do Paraguai. Não importa se o CD é pirata. Não importa se o sutiã é de enchimento. Não importa o que eu verdadeiramente sou ou tenho. O importante é o que eu pareço ter ou ser. Vaidade, vaidade, tudo é vaidade!
Em segundo lugar, a era das imagens é uma era de venda de ilusões. Não sou publicitária e nem especialista em Marketing. No entanto, basta refletir um pouco sobre as propagandas que nos bombardeiam todos os dias para percebermos que, de modo geral, não se vende um produto, mas uma ilusão, um desejo, um sonho. Vejamos alguns exemplos. O que o convite “venha para o mundo de Malboro” tem a ver com nicotina? Não se está vendendo cigarro, está se vendendo liberdade. “Amo muito tudo isso” não tem nada a ver com propaganda de pão, carne, alface e tomate. Não se está vendendo lanche, mas aceitação, valorização. E o que dizer da Nike, com seu lema “Escreva o futuro”? O que futuro tem a ver com tênis? Maria de Fátima Severiano, em seu livro “Narcisismo e Publicidade”, adverte: Um consenso se estabelece no que diz respeito ao que não é o objeto da publicidade: não se vende o ‘produto em si’, tampouco as ‘qualidades intrínsecas’ do produto. Vende-se tudo, menos o produto. Vendem-se imagens, marcas, valores, arquétipos, magia, símbolos, arte, desejos, códigos culturais, emoções, diferença, estilo, etc. Ou seja, não se vende o que, de fato, se quer vender”. Vaidade, vaidade, tudo é vaidade!
Na verdade, essa era pós-moderna de imagens, não é verdadeiramente uma era de imagens, mas uma era de sede: sede de liberdade, sede de ser amado, sede de ser compreendido, sede de ser valorizado, sede, sede, sede... Comprar um tênis Nike para saciar o seu desejo por esperança e sucesso no futuro é tão útil quanto beber um café bem quente e doce num dia de verão achando que com isso vai matar a sua sede. Somente água mata a sede! Somente Jesus, a Água Viva, é capaz de matar a nossa sede espiritual. Disse Jesus: Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4.14).
Nesses tempos pós-modernos, nessa era de aparências e de ilusões, a minha luta como cristã é pela autenticidade, pela coerência, pela profundidade, por uma vida sem cera. Mas, admitindo que posso vacilar, faço humildemente a Deus essa oração: Ó Deus, nesse tempo tão difícil, se for para eu ser parecida, que eu seja semelhante a Jesus; se for para eu ter algo, que seja a certeza e a alegria da Tua salvação; e se eu tiver que viver com imagens na minha cabeça, que sejam duas: a cruz do Teu Filho e o túmulo vazio. Amém.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

É URGENTE A PARADA GAY!!

Como são muitos os assuntos a serem abordados dentro do tema “é urgente a parada gay”, escreverei por tópicos, para facilitar a leitura.

 

 

1- Digo SIM à liberdade de expressão!

 

Não se escandalize: sou tão a favor da realização da parada gay quanto sou a favor da marcha para Jesus ou da marcha para liberalização da maconha!!! A única diferença é que eu só empresto o meu corpo e a minha voz para a segunda.

 

A liberdade de expressão é um pilar fundamental do Estado Democrático de Direito e envolve, pelo menos, duas dimensões: uma individual e outra social. A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) já assinalou, em diversos julgados, o campo de atuação dessas duas dimensões.

 

Assim, sobre a primeira dimensão, a individual, a liberdade de expressão não se esgota no reconhecimento teórico do direito de falar ou escrever, mas compreende, além disso, inseparavelmente, o direito de utilizar qualquer meio apropriado para difundir o pensamento e fazê-lo chegar ao maior número de destinatários.

 

Com respeito a sua segunda dimensão, a social, é importante assinalar que a liberdade de expressão é um meio para o intercâmbio de ideias e informações entre as pessoas;  como muito bem expôs a CIDH,  compreende seu direito a comunicar a outras pessoas o seu ponto de vista, mas, implica também o direito de todos de conhecer opiniões, relatos e notícias.

 

Democracia é debate. Não há debate sem liberdade. A divergência de pensamentos é uma ótima oportunidade para amadurecer. Adoro conversar com pessoas que pensem diferente de mim. Discordo daquele papo-furado de que “política, religião e futebol não se discutem”. Só não discute (no sentido benéfico da palavra) quem não está preparado para responder com consistência a razão da sua fé. Só impede o debate aquele que não tem argumentos, que não está seguro de suas convicções. Aí, nesse caso, a única opção é a fuga, quase sempre indicativa de covardia. Mas, tudo bem, você também é livre para isso.

 

Vale ressaltar, no entanto, e isso precisa ficar bem claro para todos, que não existem direitos absolutos. A liberdade de expressão não é uma carta em branco. Nenhum direito é. A liberdade de expressão não me dá o direito a xingar e ofender o meu semelhante. A liberdade de expressão não me dá o direito de gritar de brincadeira “fogo” numa sala lotada de cinema e com isso causar graves acidentes. A liberdade de expressão não me dá o direito de fazer apologia ao crime. A liberdade de expressão não me dá o direito de passar por cima da dignidade da pessoa humana.

 

Termino esse tópico destacando uma frase de Voltaire que gosto muito e, no meu caso, se ajusta perfeitamente à minha primeira conclusão quanto à 15ª Parada LGBT: “Posso não concordar com nenhuma de suas palavras, mas defenderei até à morte o seu direito de dizê-las”.

 

 

2 – Digo SIM à liberdade religiosa!

 

O direito à liberdade religiosa é composto de uma série de outros direitos: liberdade de culto (reunião), liberdade de manifestação do pensamento, liberdade de consciência, liberdade para expressar suas ideias e convicções etc. A liberdade de expressão está embutida também na liberdade religiosa. Não há como defender a liberdade de expressão e não defender a liberdade religiosa. Por isso, também digo SIM à liberdade de expressão religiosa!

 

Você é livre para dizer que a minha fé é burra. Eu sou livre para dizer que, de acordo com as minhas convicções, você pode ir para o inferno. Você é livre para dizer que Deus não existe ou que Deus não é bom. Eu sou livre para dizer que você está redondamente enganado. Você é livre para dizer que meu comportamento é antiquado, repulsivo, incompatível com a sua concepção de vida. Eu sou livre para dizer que o seu comportamento é antibíblico. Isso é democracia.

 

De que adianta defender teoricamente a liberdade religiosa e impedir a manifestação do pensamento religioso? De que adianta dizer-se a favor da liberdade de expressão e lutar por suprimir a liberdade de expressão religiosa? Como bem afirma Belcorígenes Sampaio Júnior, “o natural é que o exercício autêntico da religião, como o exercício de tantas outras coisas na vida, contenha e abranja discursos e ações”.

 

Digo SIM à liberdade de expressão religiosa! Digo NÃO à censura! Digo SIM à democracia! Digo NÃO ao império do “falso discurso homofóbico”! Digo NÃO à intolerância!

 

 

3 – Digo NÃO à intolerância!

 

TOLERÂNCIA = s.f. Qualidade de tolerante; indulgência; condescendência.

TOLERANTE = adj. Que tolera; que desculpa; indulgente; que admite e respeita opiniões contrárias à sua.

 

Tenho alguns amigos gays. Eles freqüentam a minha casa. Eles sabem que discordo da prática homossexual. Eu sei que eles discordam das minhas convicções bíblicas. E daí? Somos amigos!!!!

 

Posso ser considerada intolerante simplesmente por afirmar publicamente as minhas convicções políticas, ideológicas, sexuais ou religiosas? Posso ser considerada “homofóbica” simplesmente por discordar de ideias a respeito da constituição da família? Sou “homofóbica” por agir de acordo com a minha convicção contrária ao comportamento homossexual? Sou “homofóbica” por pregar que homossexualismo é pecado? É óbvio que NÃO!!!!!!!!!!

 

Vou dizer o que é intolerância.

 

Intolerância é agredir homossexuais. Intolerância é querer retirar a Bíblia de circulação e considerá-la um livro “homofóbico” porque prega contra a prática homossexual. Intolerância é querer impedir a realização da parada gay ou da marcha para Jesus. Intolerância é querer impedir a liberdade de expressão religiosa. Intolerância é querer colocar na cadeia qualquer pessoa que se manifeste contrariamente ao homossexualismo. Intolerância é não admitir e respeitar opiniões contrárias à sua!!!! Por isso digo NÃO à PL 122: um dos mais perversos e intolerantes projetos já formulados (talvez possa analisá-lo pontualmente num outro artigo). Esse falso discurso contra a homofobia na verdade está escondendo um discurso “heterofóbico”!

 

 

4 – Digo SIM à liberdade de me manifestar contra a prática homossexual

 

Por que devo ser impedida de me manifestar contra o homossexualismo? Não tem sentido! Por que fazer apologia à mordaça? Guardada às devidas proporções, sou livre para me manifestar contra a prática homossexual do mesmo modo que você é livre para se manifestar contra a prática do celibato; do mesmo modo que somos livres para nos manifestarmos contra a violência, contra o adultério, contra a pornografia ou contra a música sacra.

 

Homossexualismo, celibato e adultério, por exemplo, são práticas comportamentais. Não podemos ser restringidos no direito de manifestar nossa opinião com relação a qualquer comportamento que seja.

 

Deus criou homem e criou mulher. A Bíblia diz claramente, em diversos versículos, que homossexualismo é pecado (Rm 1.24-28; Lv 18.22, Gn 19, 1 Coríntios 6.9-10 etc).

 

Muitos argumentam que o homossexualismo é genético, mas não há nenhuma comprovação científica sobre isso. Existem estudos avulsos que pretendem demonstrar certa tendência genética para o homossexualismo, mas é só isso. Nada está comprovado. Talvez você me questione: E se, num futuro próximo, ficar “comprovado cientificamente” que em alguns casos específicos, a tendência homossexual pode ser genética? Não importa, isso não invalida em nada o argumento aqui apresentado. Explico.

 

Existem diversos estudos que indicam uma tendência genética em algumas pessoas para o alcoolismo, para a violência, para a perversão sexual, para a música, para a pintura etc. Temos um monte de tendências genéticas para coisas boas e para coisas ruins. Talvez você ache que é ruim o que eu acho que é bom e vice-versa.

 

Não é porque eu tenho uma tendência para o alcoolismo, por exemplo, que eu vou passar a argumentar a favor do álcool. Não é porque eu tenho uma tendência genética para o celibato, por exemplo, que eu vou ter que impedir as pessoas de se manifestarem contra o celibato.

 

Assim, é preciso diferenciar a tendência homossexual da prática homossexual. A natureza humana pecaminosa é má. O pecado atingiu a todos, ninguém ficou imune. Como bem argumenta Willian Lane Craig, filósofo americano: “A Bíblia não condena uma pessoa que tenha tendência homossexual. O que ela condena é a prática homossexual. Assim, é plenamente possível uma pessoa lutar contra sua tendência homossexual e ser nascido novo, um cristão cheio do Espírito”. Assim, é repulsivo ver a atitude de alguns cristãos que sempre associam homossexualismo a demônio. Basta de hipocrisia. Se pudéssemos jogar as pessoas no inferno por suas tendências, ninguém escaparia dele. Estamos todos no mesmo barco. Mas, graças a Deus por Jesus Cristo, que derramou o seu sangue, venceu a cruz e nos deu a possibilidade de vencer o pecado!

 

 

4 - Digo NÃO ao desrespeito!

 

Não sou católica. Mas...

 

... foi um desrespeito aquele episódio que passou na televisão do bispo chutando a santa!

 

... foi um desrespeito distribuir cartazes por todo o trajeto da parada gay, com 12 modelos masculinos, representando ícones como São Sebastião e São João Batista, aparecendo seminus ao lado das mensagens: "Nem Santo Te Protege" e "Use Camisinha"!

 

Foi um desrespeito para não dizer que foi ultrajante, leviano, provocativo, pretensioso, cruel e ignorante.

 

Minhas convicções devem se bastar por elas mesmas. Eu não preciso provar que você está errado. Eu só preciso demonstrar que estou certo. Existe uma sutil diferença. Acontece que hoje em dia as pessoas estão mais dispostas a ofender o outro, a fé do outro, a ridicularizar a crença do outro, a fazer piadas com as convicções do outro, ao invés de construir o seu discurso nas bases de suas próprias crenças. Talvez isso aconteça pela fragilidade das convicções defendidas. Talvez isso aconteça pela incompetência argumentativa daquele que pretende defender uma ideia. Talvez seja só ignorância. Talvez seja burrice mesmo.

 

 

5 – Um desabafo: Digo NÃO à manipulação das Sagradas Escrituras!

 

Exercendo o meu direito à liberdade de expressão, grito: Digo NÃO à manipulação das Sagradas Escrituras!

 

Não é porque você comprou uma Bíblia, que você pode manipulá-la ao seu bel prazer!

 

Estou cansada de ver nos carros, na entrada das portas, nas janelas, nos cadernos, o versículo bíblico “tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Estou cansada de ver as pessoas usando esse trecho bíblico como amuleto, desculpa para argumentar a favor de suas necessidades, sempre medíocres e egoístas.  “Vou comprar um carro porque tudo posso naquele que me fortalece!” “Vou passar no vestibular porque tudo posso naquele que me fortalece” “Vou ter minha casa própria porque tudo posso naquele que me fortalece!” BASTA!!!!!!!!!!!!!!!!!! É preciso deixar de ser menino e crescer!!! Quando o apóstolo Paulo escreveu esta epístola aos filipenses, ele estava na cadeia! Já havia sido torturado, apedrejado, já havia passado fome e agora estava encarcerado por causa da sua fé! Paulo já havia passado por muitas aflições e agora estava escrevendo, de acordo com uma tradução melhor do grego, “posso aguentar todas as coisas naquele que está me fortalecendo”. É esse o contexto! Essa é a fala de alguém que está disposto a morrer por Cristo. E aí? Você está realmente pronto para dizer isso?

 

Até agora, achava que essa frase de Filipenses 4.13 era a mais usada fora do contexto bíblico. Mas, a parada gay conseguiu superar a deturpação do “posso todas as coisas naquele que me fortalece” quando utilizou como lema da 15ª parada LGBT o tema “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia”!!!! Principalmente quando analisamos todas as incongruências que grande parte do movimento LGBT insere na categoria de homofobia!

 

Eugene Peterson adverte com sabedoria: “Eu posso adquirir uma Bíblia encapada de couro, pagar R$100,00 por aquele exemplar, mas não sou dono da Palavra de Deus para fazer o que quero dela; Deus é soberano. A Palavra de Deus não me pertence”.

 

Você sabia que existe atualmente nos EUA mais de mil movimentos de ativismo pedófilo? Que fique bem claro, não estou dizendo que homossexualismo e pedofilia são a mesma coisa. Só quero nesse momento constatar o fato de que uma breve pesquisa acerca do ativismo pedófilo revelou que as pessoas que compartilham o “amor” por jovens ou crianças (os chamados childlovers) estão se reunindo e começam a exigir que a sociedade reconheça o tipo de relação proposto e vislumbram a proteção legal como parte da trajetória de aceitação. São inúmeros os sites defendendo essa postura. São gigantescas as doações conseguidas para essas manifestações. São incontáveis os depoimentos a favor do “amor livre”. Seguindo a lógica do tema da última parada gay, os ativistas pedófilos também poderiam utilizar como slogan para suas reivindicações o lema “amai-vos uns aos outros”!!! Que tal? Isso é ridículo, é uma piada!!

 

“Amai-vos uns aos outros” é uma das frases mais profundas da Bíblia. Não tem nada a ver com casamento heterossexual e muito menos com união homossexual!! Aliás, amor, na perspectiva bíblica, não tem nada a ver com sentimento. Amar é mandamento, é escolha. Se assim não fosse, jamais conseguiríamos obedecer à ordem de Jesus de amar os nossos inimigos. O tema é amplo, denso e impossível de ser analisado em um parágrafo. Por ora, basta dizer que amor não é simplesmente uma resposta do meu coração a alguém. É muito mais do que isso. Deus é Amor. Amor é, antes de tudo, a presença de Deus em mim, capacitando-me a transbordar de Sua essência no outro, seja ele quem for. Sem Deus, o amor não é possível. Primeiro, conheça a Deus, depois argumente sobre o amor.

 

Termino esse artigo afirmando: É urgente a parada dessa argumentação homofóbica falsa e intolerante que quer fazer reinar o império homossexual. Vamos parar com isso! Nesse sentido, é urgente a parada gay!