Para refletir...

“Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus". (William Temple)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

2 pérolas de Daniel (1 ano e 10 meses)

Pérola nº 01: Saindo do apartamento do Tio Ericson...

Eu - "Filho, vai lá com o tio Ericson chamar o elevador"
Daniel (saiu correndo e gritando)- "Elevadooooooooooooooor"


Pérola nº 02: Despedindo da vovó...

Eu - "Filho, dá tchau pra vovó"
Daniel (bem baixinho) - "Tchau, vovó"
Eu - "Filho, fala alto"
Daniel - "Alto"

haushuahsuahsuhaushaushuahsa...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A maionese, as pessoas e o meu abridor de latas

Hoje fui fazer uma maionese. Não faço se não tiver milho. Se tiver milho e ervilha, melhor. Abri o armário e procurei as latinhas. Como encontrei, resolvi arregaçar as mangas. Cozinhei a cenoura, a batata. Abri a gaveta e peguei o abridor de latas. Foi aí que o meu desespero começou.

O meu abridor é daqueles antigos, cinza, meio enferrujado e cego de tanto usar. Fiz a maior força e nada de conseguir dar o primeiro passo. Tenta daqui, tenta dali e nada. Se a batata e a cenoura já não estivessem cozidas, eu tinha desistido da maionese. Estava com os dedos doendo. Lembrei que há muitos anos minha avó se cortou feio com a faca. Então pensei: acho que vou acabar me cortando feio com esse abridor. Eu já estava ficando realmente irritada com aquilo e comecei a pensar: Por que ainda se fazem abridores de lata? Por que ainda se fabricam latas que precisam de abridor? Por que todas as latas já não são como as latinhas de refrigerantes, com aquelas tampinhas fáceis de abrir? Ou, melhor ainda: num mundo de tanta tecnologia, por que as latas não são feitas com um simples botão para abri-las? Tudo está tão evoluído e eu estou aqui me acabando com esse abridor de latas arcaico, do tempo da pedra lascada! Foi aí que parei. Peguei uma faca, um socador e furei a lata. O ar comprimido saiu e então eu pude facilmente usar meu abridor de latas. Passada a experiência com a maionese, pensei nas pessoas.

Existem aquelas pessoas que estão sempre melhorando, se aperfeiçoando e com isso se tornam também pessoas bem fáceis de se conviver. São práticas e você não precisa de muito esforço para gostar delas e se dar bem com elas. Elas se tratam, perdoam, não guardam mágoas, estão sempre dispostas a aprender. Crescem e se aperfeiçoam a cada dia. São como as latinhas fechadas a vapor ou como aquelas tampinhas fáceis de abrir.

Ah, mas existem pessoas que são como o meu abridor de latas. Pessoas que se recusam a evoluir, a crescer. Ficam na largada enquanto todos já estão chegando ao final da corrida. Estão cheias de marcas, enferrujadas, cegas. São pessoas difíceis de se conviver e muitas vezes nos perguntamos por que ficaram desse jeito. Talvez tenham sido usadas demais. Talvez tenham vivido num tempo ou numa casa que desconhecia facilidades. Se tornaram, portanto, extremamente rígidas. E nós reclamamos de pessoas assim. Não gostamos que elas estejam conosco. Às vezes achamos que são dispensáveis.

O fato é que, fáceis ou difíceis, simples ou arcaicas, novas ou enferrujadas, não podemos desistir das pessoas! A verdade é que todos nós precisamos e dependemos uns dos outros nesse mundo tão diversificado quanto uma boa maionese!

Deus abençoe a todos.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

5 sentidos...

Visão: Eu olho pro mundo e vejo que o verde virou concreto, os animais roupa de grife, que o planeta está mais quente e os corações mais frios; vejo que as minhas brincadeiras de infância não têm a menor graça para as crianças de hoje; vejo que a guerra não vale a pena e é uma pena que muitos não estejam nem aí pra isso; vejo que ser analfabeto não significa ser ignorante e que você pode ser culto sem ser sábio; vejo que um sorriso pode falar mais que mil palavras e que um abraço bem apertado não tem preço; vejo que a vida é feita de escolhas; vejo que quem lê sabe muito, mas não sabe tudo; vejo que o dinheiro compra muitas coisas, mas as essenciais vêm de graça; vejo que a dúvida nos faz pensar e que a certeza nos faz caminhar; vejo que muitos não vêem esperança!

Audição: Eu também ouço gritos de intolerância, gritos silenciosos de dor; ouço palavras que jamais deveriam ser pensadas, muito menos ditas; ouço piadas, contos e histórias de amor que fariam muito sucesso no cinema; ouço menos do que gostaria sobre perdão e mais do que deveria sobre confusão; ouço sobre tiroteios, rebeliões, tráfico e violência – notícias comuns, que mundo é esse?; ouço as mil palavras que um olhar amigo e um sorriso sincero querem dizer; ouço a voz de muitas crianças, o que me faz acreditar que o amanhã pode ser melhor; ouço o meu coração às vezes, porque ouvir sempre é tolice; ouço os erros alheios para que não caminhe por eles; ouço que muitos não têm esperança!

Paladar: Eu também gosto do gosto da fala; eu falo muito alto: surdez ou ânsia de ser ouvida?; eu sussurro, converso, grito e canto no chuveiro, como todo mundo; eu questiono aqueles que agem por imitação; eu pergunto: por que muitos não têm esperança?

Olfato: Eu sinto cheiro de fome no ar e isso é horrível; cheiro de indiferença, cheiro de quem acha que o problema do outro é só do outro; cheiro de sangue inocente, cheiro de quem está vivo mas já morreu; cheiro de corrupção; cheiro de quem não sente mais esperança!

Tato: Percebo que minhas mãos podem fazer mais: mais carinhos, mais afago, mais abraço: o mundo precisa de muito mais!!; percebo que poucas são as mãos disponíveis; que muitas são as mãos necessitadas; percebo que você pode tocar sem encostar; sabia que podemos falar muito simplesmente com toque?; percebo também que carinho e afago devem ser concedidos sempre; que podemos dar tapa sem mão; que mãos podem ofender; que uma mão estendida traz esperança!

Esperança! Esperança! Quero cumprir a parte que depende de mim!